POLÍTICA & ECONOMIA

Working Paper Nº04

Em artigo recente, publicado no Estado e escrito por Fared Zakaria, colunista do Washington Post leva o nome A POLITICA ESTÁ MOLDANDO A ECONOMIA

Afirma que tanto na China como nos EUA, a política que comanda na economia.
Desta forma os economistas de plantão, devem obedecer aos dirigentes políticos.

Hoje a inflação está novamente afetando a vida das pessoas, uma época de grande número de desempregados, aumento da pobreza e até da miséria, com cidadãos comuns apelando às UBS na busca de comida. Com desemprego alto, a correção dos salários fica abaixo da inflação e o empobrecimento acelera.

Esta situação acaba provocando violência crescente, falta de segurança, com aumento de assaltos e roubos, e enquanto isso as reformas prometidas no início desta gestão nunca aconteceram, pelo executivo estar preocupado com as próximas eleições, que serão daqui a perto de um ano.

Por outro lado, temos a clara impressão de que executivo e legislativo vivem em constante discordância dificultando assim aprovação de medidas urgentes para reduzir o sofrimento da população. Para agravar a situação a pandemia veio já nos últimos quase dois anos agravar o desemprego e os problemas com um governo negacionista, e que não reconhecia a gravidade da situação. O Brasil contabiliza mais de 600 mil mortos neste período e as medidas de prevenção chegaram tarde demais. Parte destes óbitos poderia ter sido evitada com a vacinação dede o início da doença.

No campo econômico as promessas de privatizações especialmente das atividades geridas pelo estado e deficitárias não tem acontecido e também é difícil acreditar que a mudança teria sido muito proveitosa, acha visto o que ocorreu na Argentina, sem sucesso.

Também a globalização tem colocado para competir gigantes e formigas, aumentando a concentração de capitais e tornando os produtos chineses muito mais competitivos, substituindo os nacionais. Por outro lado, nos países mais ricos, as empresas ficam proibidas de operar provocando poluição ou destruição da natureza e a saída encontrada foi deslocar estes processos para os países em desenvolvimento ou países pobres.

Vivemos num mundo onde a competição para a sobrevivência está acima de tudo. O correto seria mudar esse modelo para um modelo de cooperação e comprometimento com as necessidades comuns a todos.

Falta nas organizações uma visão de médio e longo prazo e a inclusão nesta visão das inúmeras possibilidades para se lidar com o imponderável e com as surpresas e descontinuidades, hoje muito comuns. Especialmente transformação tecnológica tem provocado muitas descontinuidades e alterações no cenário econômico e na posição das organizações.

Enquanto a competição está presente entre empresas, entre departamentos e até entre alunos nas universidades e até entre professores, sendo destrutiva, criar uma mentalidade de cooperação intercambiando experiências e conhecimentos poderá ser de vantagem para todos.

A falta de visão de longo prazo e a competição são duas limitações do crescimento e do desenvolvimento sustentável.

As pessoas que tiveram esta postura preocupada com o futuro e com visão de longo prazo e com o médio ambiente são aquelas que já em 1972 na Conferência de Estocolmo se preocupavam com a conservação dos recursos hídricos e energéticos. Com a preservação da capa de ozônio e com a transformação dos resíduos perigosos.

Num momento como o atual em que existem dois polos políticos que lutam por seus interesses e com mensagens demagogas e discursos inflamados com promessas que nunca se cumprirão nos perguntamos se a tarefa dos economistas de plantão e uma tarefa técnica ou ela está atrelada ao poder e por tanto é política. Não há lugar a dúvida de que é política e aquilo que for a orientação do executivo será o papel de seus ministros seguir para conservar os seus cargos e não ser substituídos. As projeções de futuro de curto prazo feitas nesse ambiente tentam agradar ao presidente e pouco depois se provam totalmente irreais.

Por sua parte as empresas não podem se dar o luxo de falhar nas previsões sob a pena de desaparecer, e isto tem ocorrido frequentemente.

A política, que se destaca como tema promotor do desenvolver transformação deveria representar a vontade da população e isto nem sempre ocorre. Infelizmente os eleitos, uma vez em seus cargos, esquecem que estão prestando serviços para seus eleitores e que tem um dever cívico a cumprir. Os interesses partidários e as influências dos lobbys terminam transformando as ações políticas num emaranhado de pressões que nada tem a haver com os interesses verdadeiros da população e do país.

A nova época, apesar dos avanços da tecnologia, não apresenta soluções para os graves problemas ecológicos, apesar da pressão internacional e exigem planejamento estratégico de futuro e onde se quer chegar.

E quando se aponta para soluções de muito longo prazo, o que se está fazendo e procrastinar e problema e adia-lo para a próxima gestão em lugar de tomar providências imediatas ou de curto prazo. E isso que está acontecendo com a preservação da Amazônia, protelando soluções.

O poder deve ser utilizado para que os líderes consigam melhorar a vida das pessoas e não e atingida somente om boas intenções

O comércio internacional importando bens úteis para os locais e exportando bens úteis para quem se destinam é uma forma de contribuir para o bem-estar.

O Brasil exporta principalmente produtos commodities e importa produtos manufaturados, o que o torna país subdesenvolvido. Somente investindo em capacitação na indústria e no desenvolvimento de tecnologia estaremos nos preparando para um futuro melhor. Para isto educação, tecnologia e ciência são fatores fundamentais e tem recebido pouca atenção.

O nível de desemprego, se por um lado representa carga social e sofrimento, por outro lado é interessante para os grupos empresariais, que com a massa precisando trabalhar deixa de reivindicar melhore salários ou melhores condições de vida.

As contradições ficam evidentes: de um lado a política deve procurar melhorar as condições de vida, mas é pressionada a aumentar os salários menos que a inflação. Com salários menores as condições de vida pioram em lugar de melhorar. Então quem é o vilão da história: passa a ser a produtividade e em nome dela todos os conceitos para atingi-la e ser competitivos promovem o desemprego buscando fazer mais com menos.

Como sair desta situação, em que se encontra nossa sociedade é um dos maiores desafios que enfrentamos todos os que nos sentimos de alguma forma responsáveis. Seguimos atrasados porque não percebemos um plano de maior magnitude e de médio prazo que provoque transformações maiores. Parece que estamos acomodados com as receitas geradas pelas commodities no mercado internacional e até com as condições de pobreza de grande parte da população.

Não temos intenção neste artigo de criticar este ou quaisquer outo governo ou sistema político, somente espelhando uma situação atual de desconforto e até de indignação quando olhamos para países que tem se saído melhor do que nós

Mesmo assim, e preciso reconhecer que o problema da inflação, do desemprego e do empobrecimento neste período de pandemia, tem sido um problema que atinge todos os países, mesmo os mais desenvolvidos e que no momento atual e sem atuação para reduzir a máquina burocrática não se investe em desenvolvimento.

Mais de trinta mil pessoas estão vivendo nas ruas da cidade, embaixo das pontes, nas avenidas, muitas delas com crianças, sobrevivendo miseravelmente. Onde estão então os órgãos públicos que deveriam cuidar, profissionalizar, dar condições de uma vida digna. Makarenko, no seu livro Trilogia Pedagógica contava como todas as crianças de rua foram transformadas em comunidades produtivas. Porém aconteceu em um regime ditatorial. No Brasil, na cidade de Sete Lagoas em Minas Gerais várias hortas comunitárias gigantescas plantando frutas, hortaliças e legumes de forma comunitária e com apoio da prefeitura, proporcionou comida para oitocentas pessoas. Será que é tão difícil colocar o foco nestas pessoas de rua e encontrar uma solução razoável.

Um esforço digno de elogios o realizado pela artista Ivone Bezerra de Melo, na cidade de Rio de Janeiro, em pequena escala, dando assistência a crianças e adolescentes de rua os transformando em pessoas úteis e responsável na sociedade.

Preservar nosso ambiente é dar trabalho a quem deseja trabalhar. Negar este direito somete à pessoa a condição de dependência e impotência e a desesperação termina gerando violência. E como plantar coca na Bolívia, Colômbia e Peru e mais rentável do que plantar milho ou batatas, estas plantações dificilmente serão erradicadas.

As primeiras medidas que os governos tomam para reduzir gastos trata da redução de investimentos em estrutura, em lugar de reduzir ineficiências que são muitas a nível da máquina do estado. As reformas administrativas realizadas são uma piada sem efeito nenhum e sem reduzir a máquina burocrática instalada. Não digo que é fácil a tarefa, mas deve ser empreendida nos primeiros meses de uma gestão e não pretender fazer os poucos e sem a força necessária.

Falta sonhar com o futuro que se pretende conseguir para atingi-lo. Enquanto se sonhar com a próxima eleição e se tomar medidas paliativas, dificilmente sairemos da estagnação. Uma das conclusões e a da falta de Líderes verdadeiros e que pensam e sonham com o futuro. Sem isso nada acontecerá.

As empresas também têm o seu papel de manter os gastos enxutos e investir em equipamentos modernos, em desenvolver tecnologia de ponta, em crescer e promover emprego, assim como a área do comercio e de serviços, sobrevivendo e criando milhares de novos postos de trabalho, num ambiente em que a sua atuação seja facilitada, desburocratizada e tornada flexível para poder crescer.

As empresas podem adotar duas formas de se preparar para futuro: quando descuidaram no passado contraindo dívidas, para reduzi-las procuram diminuir o tamanho do negócio reduzindo pessoal e terminando com uma empresa menor e muitas vezes mesmo assim não conseguem pagar as suas dívidas. Quando foram cuidadosas e ciaram reservas, estarão preparadas para novos desenvolvimentos tecnológicos e fortalecidas.

A segunda estratégia que as empresas podem adotar é expansionista, desenvolvimentista e de crescimento entusiasta. Para isso é preciso confiar no futuro e trabalhar em equipe para conquistá-lo e torná-lo realidade.

Esta técnica irá promover emprego, e riqueza, atendendo as novas demandas que o mercado solicita, e exige visão desta necessidade e ou carência.

Para esta técnica expansionista e preciso buscar tecnologia no interior e no exterior, buscar conhecimento em universidades e contratar novas capacitações assim como de empreendedor entusiasta e confiante em sua capacidade de construir o seu futuro.

Os paradigmas reducionistas por sua vez, promovem resultados de curto prazo e são mais fáceis de aplicar e as técnicas expansionistas demoram mais, exigem investimento e acreditar além de maior dedicação.

Por esses motivos adoção de reducionismos tem contado com mais adesão e com resultados de curto prazo.

A solução dos problemas passa necessariamente por um processo de relevamento escolhendo prioridades que o momento exija não descartando técnicas reducionistas como forma de dar um passo para traz na intenção de dar dois para frente seguindo as leis da dialética.

Vivemos transformações muitas vezes inesperadas e precisamos redobrar a atenção e questionar se o negócio ou atividade atual terá continuidade ou será absorvida e destinada a desaparecer proximamente e neste caso nos preparar para mudar em tempo, para não sucumbir pela obsolescência que se instala quando a mudança não é esperada.

Com o nível atual de educação e a pandemia afetando complementarmente a economia, felizes aqueles que trabalham, porque muitos estão na informalidade ou simplesmente sem emprego.

Nos últimos vinte anos pouco se fez para melhorar a educação e conforme Leandro Karmal existem dois Brasis: um que pertence a uma classe corrupta que defende os seus interesses acima de tudo no ambiente da ilusão e irrealidade que se vive em Brasília e outro dos jovens que não sabem o seu poder, que representam o futuro e nos quais confiamos.

Certa vez visitei uma fábrica de um grande grupo internacional sediada na cidade de Rorschach na Suíça

O diretor da planta me mostrou os balanços da empresa e quando estávamos nos escritórios perguntei como a empresa se mantêm com um resultado tão pequeno.

“A minha maior prioridade não é resultado, mas a comunidade de Rorshach Preciso manter as condições locais sem prejudicar o ambiente, prover recursos para que nosso pessoal esteja satisfeito, porque se alguém vai embora, eu não consigo substitui-lo. O ambiente em que está inserida a empresa e da qual vive grande parte da comunidade é a minha principal atribuição”.

Me pergunto se alguém de nós e especialmente de nossos dirigentes tem essa preocupação. A maioria somente pensa no que é melhor para a empresa ou para seu cargo político ou para si, sem preocupação com as consequências. Torna-se mais fácil despedir do que ser criativos e gerar novas atividades que promovem o desenvolvimento, especialmente quando as coisas vão mal.

A cooperação entre empresas ou entidades pode contribuir para o fortalecimento de ambas e a busca de contatos e conhecimento dos dirigentes, abertos para aprender pode ser a forma de promover diálogo e entender as necessidades da população

O ceticismo com relação ao Brasil provoca fuga dos capitais internacionais contribuindo para a falta de recursos para investir. Por outro lado, a manutenção dos juros muito baixos durante longo período aumentou a taxa do dólar e a inflação. Economia atrelada aos interesses do mundo político e por tanto a eleições, e também aos interesses corporativos, ao populismo e ao patrimonialismo.

Cabe perceber que todo o cenário desenvolvimentista exige eliminar a corrupção deixando de lado o populismo, a demagogia e as mentiras provocadas na desinformação.

Contribuições recebidas sobre o Working Paper Nº04

Miriam Menossi

Minha reflexão sobre o tema se concentrou no ser humano. O líder indígena Ailton Krenak nos apresenta em livros e palestras as vantagens de como uma vida simples, voltada para a Natureza favorece a saúde física e mental das pessoas. Não precisamos de muito para ser feliz!  O grande problema dos nossos políticos e do nosso povo é a falta de caráter, disciplina, honestidade, lealdade, civilidade, educação de base. Os políticos se apropriam do que não é deles, vivem de forma nababesca, enquanto os menos favorecidos lutam para sobreviver.

Está até em piada do saudoso Chico Anisio: quando agradeciam a Deus este país tão bonito com suas praias e florestas exuberantes, Deus dizia: mas vocês vão ver o povinho que vou colocar aí….

Infelizmente o grande problema do Brasil são as pessoas. Kurt deixou um projeto de Escola com a matéria Cidadania embutida em cada ano do programa escolar desde a pré-escola até o 3° ano do ensino médio. Tentou colocar o projeto junto autoridades da área, mas não encontrou repercussão. Infelizmente, pois é isso que precisamos: formar cidadãos conscientes e preparados a contribuir para um Brasil melhor.

Saad Romano

Sobre o artigo do Fared Zakaria, gostaria de dizer que é muito fácil jogar a culpa toda sobre o Bolsonaro. Essa pandemia começou a se espalhar no Brasil a partir do momento que os nossos governadores e prefeitos liberaram o carnaval com a desculpa que o Vírus não se espalhava no calor, e que a festa de Carnaval é muito popular. 

Outra grande responsabilidade das vidas perdidas foi do nosso Ministro da Saúde, o Mandeta que dizia que não tinha que ir ao hospital de imediato, deveria esperar alguns dias e caso piorasse seguir para o hospital…, porém a maioria dos infectados acabaram falecendo com o uso de remédios caseiros e quando chegavam no hospital estavam com 70% dos pulmões tomados. 

Outra culpa se deve a mídia que estava desinformada a respeito desse vírus, e a própria Globo disse que poderia ser um simples resfriado. 

É claro que uma parcela da culpa cabe ao Bolsonaro que por desconhecimento médico insistiu no uso da Clorquina e Hidro-cloroquina que alguns médicos alardeavam que esses remédios conseguiram salvar diversos pacientes. Pior foi a insistência do Bolsonaro nessa solução “barata” mesmo depois que os cientistas confirmaram a sua ineficácia, e a demora em adquirir as vacinas, acreditando na imunização de rebanho….

A situação econômica foi deixada para segundo plano através dos decretos do STF dando total liberdade aos Governadores e prefeitos decidirem sobre o lockdown, coisa que o próprio Bolsonaro criticava, pois, a economia estava se deteriorando. 

Os planos de apoio as empresas e a manutenção de empregos, aliados às verbas liberadas pelo Governo Federal para os estados adquirirem equipamentos e insumos para a saúde abalaram a economia gerando inflação e desvios de parte das verbas federais em diversos estados.

A instabilidade econômica causou uma redução de ofertas de emprego, fazendo com que os empregados se conformassem a continuar trabalhando sem reajustes ou com reajustes abaixo da inflação, o que a curto prazo causaram uma maior retração.

É um ciclo vicioso, menos salário, menos gastos, menos vendas, menos produção – a conta para os empregados veio no ato e para os empresários virá em breve, a menos que sejam tomadas atitudes que gerem empregos em larga escala. Na direção de injetar dinheiro na economia, foram liberados fundo de garantia, antecipação de 13o dos aposentados, liberação das cotas do PIS-PASEP…o que amenizou um pouco, mas não resolveu o problema. 

Dólar Caro, instabilidade econômica mundial, resultam em preços elevados do petróleo, e a conta acaba caindo no colo do consumidor final, pois os custos de fretes aumentaram, e foram repassados ao consumidor…. haja visto um aumento no último ano de cerca de 50% no valor dos combustíveis. 

As atitudes do STF gerando instabilidade jurídica tem afastado empresas multinacionais de investirem no Brasil, fazendo com que o Dólar continua alto e com grande flutuação. 

O ano de 2022 promete muita insegurança por ser um ano de eleições para Presidente e Governadores bem como Deputados Federais e Senadores, além do que teremos a realização da Copa do Mundo … a indústria das fake News irá contribuir muito nessa instabilidade.

Deus nos ajude a passar essa fase e que possamos alcançar uma estabilidade econômica e pleno emprego em breve.

J.F.  Saporito:

E notório que nos dias de hoje, política e economia são extremamente dependentes e ao mesmo tempo responsáveis pelo sucesso ou fracasso de qualquer governo. As aprovações ou rejeições de um governante são o resultado das ações políticas econômicas que estejam sendo praticadas durante um certo período, podendo como consequência ser positivo ou negativo.
Partindo desse pressuposto fica claro que a figura do Estado (executivo) se apresenta como o condutor de uma nação, e se junta a Política e a Economia (legislativo) para
formarem um tripe que procura de diferentes maneiras atingir um resultado de desenvolvimento econômico, social e cultural que traga equilíbrio e satisfação ao povo. É muito frequente que as práticas políticas e econômicas não atendam de maneira continua e/ou por longos períodos, as expectativas do povo, independente do
regime de quem dirige o Estado.
As leis de livre comercio defendida pelas economias abertas e alto nível de desenvolvimento, contrapõem-se de uma maneira geral aos demais regimes que se utilizam de políticas protecionistas e muitas vezes concentradas nas mãos do Estado, sem que isso seja barreira de mútua participação no comercio internacional. Trata-se de uma ambiguidade que acaba truncando em determinados períodos a economia mundial. Em tese, de um lado temos um sistema supostamente liberal e do outro um sistema fechado que oferece por exemplo, vantagens tributarias
aos meios de produção, além de pecar pela ausência de leis que deem a devida proteção aos trabalhadores, reduzindo com esses artifícios os seus custos de produção, tornando-se por consequência mais competitivos. Em resumo, governantes que detém o controle total da economia, utilizam os políticos de plantão para criarem leis econômicas que reduzam custos que influenciam os preços de venda, criando com isso condições vantajosas no comercial internacional.
A consequência muitas vezes é uma concorrência desleal, provocando revide das economias mais liberais.
No Brasil, depois do fracasso político do Plano Collor em controlar a hiperinflação e estabilizar a economia brasileira, o Plano Real desenvolvido por um grupo de economistas ligados ao PSDB é uma fonte ícone na literatura da economia mundial. Como num passe de mágica, o plano Real acabou com a hiperinflação, estabilizou o mercado, a moeda. os meios de produção e o nível de emprego, melhorando de forma considerável a vida das pessoas. Na contramão do que normalmente acontece em países como o nosso, quando quem entra muda tudo o que estava sendo feito por quem saiu, o plano real gerou uma consequência interessante. Nos oito primeiros anos do governo do PT que sucedeu o PSDB, o partido foi sagaz e manteve as políticas do plano real. Essa estratégia política de manter o que estava funcionando produziu ótimos resultados na economia.
A linha negativista do PT (2002/2016) contra as privatizações, ao contrário do pensamento reinante na cúpula do PSDB (1995/2002), impediu que os resultados pudessem ser muito melhores no médio/longo prazo. A redução do Estado nas atividades chamadas não essenciais, com características exclusivas de gestão privada e alto nível de investimentos, teria alavancado de forma significativa a economia e o PIB, além de diminuir o peso das despesas do Estado.
Infelizmente, a partir do terceiro mandato do PT, as políticas econômicas, estruturais e sociais começaram a sofrer interferências diretas do Estado, sempre conflitantes e/ou contrárias as leis de mercado, resultando em recuo das melhorias obtidas anteriormente. Interferir e congelar os preços de energia, gás e combustível para atingir a meta da inflação foram decisões de Estado na direção contrária ao desejado, uma vez que esse tipo de serviços exige altos volumes de novos investimentos, além de mascarar a realidade da economia. Para garantir a reeleição do partido, foram tomadas decisões políticas de curto prazo com a intenção clara de captar a simpatia do eleitor.
O alinhamento político e ideológico do PT nas relações com governos de esquerda/controladores da América do Sul, Central, da África entre outros, foi caracterizado por ajuda financeira via BNDES e troca de afagos nas políticas praticadas pelo Itamarati, sem nenhuma reciprocidade importante para a nossa economia.
Do ponto de vista de planejamento estratégico esse engajamento político partidário foi prejudicial ao crescimento econômico brasileiro pois nivelamos as parcerias por baixo quando deveríamos ter feito acordos bilaterais ou por bloco com os países mais desenvolvidos.
Em 1911 no início do terceiro ano do governo PT, o Brasil era a sexta maior economia do mundo. Hoje, os indicadores indicam como décima segunda economia. A pandemia do coronavírus a partir de março 2020 se encarregou de paralisar as discussões econômicas que pudessem trazer melhorias para a sociedade, especialmente na redução do desemprego. Pelo contrário ampliou o desemprego com a redução de postos de trabalho pelo fechamento total ou parcial de muitas empresas. É impossível a firmar que sem a pandemia, as propostas do governo em eventual consonância com o congresso teriam melhorado os resultados do crescimento econômico, mantendo a inflação dentro da meta, reduzido o desemprego e dado andamento a aprovação das reformas pendentes. Hoje, estamos com uma inflação acima de dois dígitos, nível de desemprego de 13,0%, moeda desvalorizada, taxa Selic ao final de 2022 em torno de 12,0%, combustível, gás e energia elétrica em escala ascendente de preços. O cenário é bastante crítico pois estamos no último ano de um governo enfraquecido com o congresso, eleições acirradas entre dois polos antagônicos e uma terceira via tentando furar o bloqueio. A sensação e que apesar de política e economia estarem fortemente atreladas, neste momento, os agentes políticos não estão preocupados com economia, mas apenas em se eleger para um novo mandato ou voltar ao poder. O resultado é de uma situação interna muito preocupante, sem perspectiva neste momento de que haja luz no fim do túnel.
A previsão do PIB em 2022 é de 0,30%, refletindo por antecipação que já está admitido pelo Estado a continuidade dos problemas atuais em diferentes segmentos da sociedade.
É fora de dúvida que continuaremos convivendo por algum tempo com aumento de famílias em estado de extrema pobreza; do desemprego; da violência urbana; da dívida pública e das taxas de juros; da carga tributária; da insegurança jurídica e da impunidade; assim como da perda do controle da inflação, da manutenção do alto nível de despesas obrigatórias do Estado; da proliferação dos Fake-News; do uso da internet por grupos políticos radicais; da perda da credibilidade internacional; baixo nível de investimentos em educação e pesquisa; da falta de credito; do não avanço nas privatizações; da perda da credibilidade internacional; com o baixo nível de investimentos em educação e pesquisa; com a falta de avanços nas privatizações.
Como não poderia deixar de ser, esse conjunto de fatores de responsabilidade exclusiva dos agentes que fazem e influenciam na política e na economia é extremamente negativo para o desenvolvimento do país, impedindo o seu crescimento e não dando ao povo uma justa distribuição de renda e bem-estar social através da educação, saúde e segurança.


J.F.SAPORITO

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