DESIGUALDADES SOCIAIS

ENSAIO Nº 09

Estamos vivendo numa época de grandes contrastes, e um dos sintomas e o crescimento mundial dos moradores de rua. O grande número de favelados no Brasil, e também o número de desempregados, são também características que contribuem para os contrastes, e para as desigualdades sociais.

Desigualdades sociais se refere ao acesso a recursos, oportunidades, direitos e padrões de vida. Desigualdades ocorrem quando se trata especialmente de renda, moradia, acesso a educação de qualidade e saúde.

Levantamos este tema para o debate, por considerar que estamos longe de constituir o ideal, de uma sociedade justa e inclusiva, onde todos tenham acesso a oportunidades e direitos básicos.

Depois de ter me identificado, sendo jovem, como esquerdista ou socialista, na época em que ser de direita era pregar ditadura, regime fascista, ou nacional socialista ou nazismo. Hoje, depois de ter visto muito do caudilhismo e dos demagogos de esquerda e direita, posso dizer que nada do muito do que vi, nos muitos governos que se sucederam no mundo, nenhum pode ser chamado de socialista.

Foram sim, como na Rússia comunista, ditaduras, e deturpações das verdadeiras ideias de igualdade social.

Acredito que hoje, socialismo se provou um ideal utópico para jovens sonhadores, que como eu, acreditaram que seria possível a construção de um mundo completamente diferente, onde o ser humano seria respeitado e protegido, por um sistema de igualdade, com princípios elevados e inexistentes na realidade.

O que temos como resultado da experiência de muitos anos, é que a democracia, com todos os seus defeitos, ainda é o melhor sistema para governar e se viver, com liberdades preservadas. No entanto extremistas de direita defendem o capital acima de tudo, como único salvador do progresso, e do desenvolvimento, sem restrições, e sem preocupação com o que tem acontecido, de acumulação em poucos, em detrimento de muitos.

Enquanto os esquerdistas também extremistas, acreditam no poder do estado e na fixação de regras intervindo em todos os aspectos da vida. Ambas as correntes, reduzem a verdadeira democracia a um estado que passa a se assemelhar a ditaduras, mais ainda quando se usa do sistema judiciário para as intervenções e ditame de leis.

Verificamos hoje, que existem governos que se autodenominam de esquerda, mas que na verdade atingiram o poder para se locupletar, e beneficiar correligionários, passando a ter uma vida de luxo, distante das verdadeiras ideias sociais. Assim os governos que têm se sucedido, estão longe de pensar ou procurar minimizar os problemas decorrentes das desigualdades sociais. Na realidade, e nos vários níveis dos governos, o que se constata é que legislam em benefício que a si mesmo se outorgam, constituindo as maiores remunerações e mordomias do país.

O inchaço da máquina pública, que atribuo em parte a mania de grandeza do então presidente Juscelino Kubitschek, na construção de Brasília, que permitiu espaço para esse crescimento da burocracia, e longe da realidade do País, afastado dos verdadeiros problemas.

Para exemplificar o que entendo por desigualdade social relato o que vivi nas empresas. Enquanto no Brasil o salário-mínimo era de hum mil Reais, o maior salário do executivo era de 100 mil, cem vezes o menor.

Na Alemanha, entre o menor e o maior salário nas empresas é de 4 a 5 vezes o menor. Isto não significa que o maior salário diminuiu, mas sim que o menor salário atingiu um nível elevado, permitindo um padrão de vida confortável.

Por isso, podemos dizer que a desigualdade social, se encontra em nível patológico de desigualdade (usando as palavras de Bolivar Lamounier 8/3)

Claro que isto é impossível de se eliminar e atingir o nível alemão, na situação atual no mundo em desenvolvimento ou subdesenvolvido.

Para se construir uma sociedade igualitária, onde não exista miséria, onde se atinja um padrão elevado, e preciso se planejar a médio e longo prazo.

Para se poder distribuir riqueza e preciso construir riqueza. Sem nenhuma dúvida o começo desse planejamento parte de um sistema de educação eficiente. O caminho educacional, parte da formação de professores valorizados, e de escolas que atinjam seu papel educacional. Como expliquei em ensaio anterior, num caso de Alagoas, as mães enviam as crianças para escola para se habilitarem a receber a Bolsa Família, mas as crianças faltam muito, e os professores também, mas ninguém repete de ano, e terminam formando, meio -analfabetos.

O problema das desigualdades sociais carrega consigo inúmeros outros problemas. como a marginalidade, a insegurança, criminalidade, e até a revolta. Podemos dizer que é uma injustiça social que limita os recursos, as oportunidades, o atendimento à saúde, emprego, renda, raça, gênero, etnia e habitação.

Enquanto falta visão de médio e longo prazo para se desenvolver planos, as desigualdades sociais são substituídas por privilégios, oportunidades, preconceito e exclusão social. A pobreza e falta de recursos do país, e a malversação na alocação de recursos, são disparidades que dificultam a melhoria social e mantem as desigualdades.

Além do prejuízo individual que provoca ampla desigualdade social, provoca instabilidade social e política.

Sociedades mais igualitárias, tendem a ser mais estáveis, prósperas e democráticas, beneficiando a todos.

Mas a realidade relatada por Miguel Reale, em artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo de 03 de fevereiro deste ano, é que segundo relatório do Banco Mundial, o ano de 2022 foi de incertezas por causa do Covid, e em 2023 aumentaram as desigualdades.

700 milhões de pessoas sobrevivem com menos de R$ 10,50 por dia, número de pessoas 45% maior do que em 2020.

A concentração de renda apresentada durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, indicam que as maiores empresas lucraram 52% mais do que a média dos últimos três anos. Esta realidade também no Brasil, onde quatro bilionários aumentaram a sua riqueza enquanto 129 milhões ficaram mais pobres.

Fica então claro que deixar simplesmente a economia e o lucro vigorar, as desigualdades não irão melhorar.

Lamentável a falta de lideranças com visão de futuro, que eliminem a corrupção e a malversação de recursos, e que busquem formas de elevar o nível da população, tornando-a ciente e competente, para escolher sabiamente os verdadeiros líderes adequados para nos governar, sem falsos de direita que pregam a ditadura, e sem falsos de esquerda, na realidade incompetentes ou até desinteressados na evolução social e redução das desigualdades. De acordo com o jurista Reale Junior, não se deve deixar o mercado, ávido de lucros, decidir livremente sobre a vida dos cidadãos, e das pequenas empresas. Da mesma forma acrescento que não deve o governo interferir nas iniciativas privadas, quando não tiver competência para isso, tão somente para obter apoio e fidelidade.

Alguns princípios fundamentais para redução das desigualdades sociais estão, em primeiro lugar, na erradicação da pobreza, fome zero, desenvolvimento econômico, trabalho decente, eliminação da corrupção e reduzir desigualdades de gênero, e respeito ao meio ambiente.

Os planos assistenciais adotados de bolsa família ou de fornecer televisão para os mais pobres, estão longe de tratar do verdadeiro problema e se justificam tão somente como emergenciais, mas não como permanentes, na busca de angariar votos. Falta visão de médio e longo prazo, falta desprendimento dos interesses pessoais e dos correligionários, para se pensar verdadeiramente no País, seguindo o exemplo de pessoas e lideranças como da Angela Merkel, na Alemanha, sem demagogia, e com trabalho sério, na defesa dos interesses da população.

Entre as soluções para mitigar o problema das desigualdades sociais, sem dúvida, a mobilização da sociedade é fundamental, constituindo parcerias entre o poder público e a iniciativa privada, e também cada vez mais as empresas se identificando com os problemas sociais e adotando uma atitude responsável socialmente, e com o meio ambiente.

Também o setor público contribuiria gastando menos, gastando conscientemente, para que os recursos gerados pelos impostos, sejam destinados para melhorias da população, e não sejam dilapidados com gastos para manutenção da própria máquina e do corporativismo instalado.

Na Ásia foi promovida a redução das desigualdades sociais promovendo desenvolvimento, destacando educação como fator chave.

Um bilhão de pessoas deixou de fazer parte dos mais vulneráveis e pobres, para migrar de posição, para uma vida mais equilibrada e decente

No mundo, iniciando 2024 com elevados riscos, e instabilidades, e perspectivas de grandes mudanças, cabe alertar sobre os extremismos de direita e esquerda, de líderes autocráticos e de regimes que colocam incertezas sobre o rumo das verdadeiras democracias, e sobre os verdadeiros desejos de redução das desigualdades sociais, que seria a forma de tornar o mundo mais seguro, mais equilibrado e mais feliz e com as liberdades preservadas. Se o socialismo pregado por Karl Marx e Engels, se tornou uma utopia, pelas experiências desastrosas que se sucederam, e se o extremismo de direita ou ditadura militar, e outras formas de ditadura se mostraram provocando cerceamento das liberdades, e regimes como o nazismo na Alemanha, qual seria a forma ideal de se criar sociedades justas, livres e verdadeiramente democráticas, que preservem as liberdades e que lutem pelos benefícios da população. Seriam sociedades que não pudessem ser nem de extrema direita, e nem de extrema esquerda, porque as tendências para os extremos são tendências para regimes ditatoriais, mesmo que fantasiados de nomes idealizados e atrativos.

Isto pelo menos enquanto não se encontrem formas melhores de gerenciar os povos, e até a comunidade global, o que seguramente um dia surgira, provavelmente por pressões e causas hoje desconhecidas. Uma forma ideal de sociedade num modelo ideal ainda não vislumbrado. Muitos anos serão necessários, mas enquanto isso, falsas democracias como a que segue é importante destacar e comentar.

Ninguém de bom senso, pode afirmar que a Venezuela, por estar convocando eleições, está se tornando um País democrático, assim como ninguém pode afirmar que a Rússia de hoje é uma democracia, com um governo que se perpetua no poder.

Enquanto nos Estados Unidos hoje o dilema é qual dos dois potenciais candidatos, seria menos ruim para governar o país, percebemos nitidamente que o que falta hoje no mundo, são verdadeiros líderes para substituir a inoperância de donos do poder, que estão colocando em dúvida o futuro de seus povos, e criando dificuldades para reduzir as desigualdades sociais, o que somente será conseguido gerando riqueza, e cuidando da distribuição dos recursos gerados.

Lideres com visão de futuro e menos preocupados com sua própria manutenção no poder, e com a proteção de seus correligionários.

Luis Gaj

 

Contribuições recebidas sobre o Ensaio N* 09 – Desigualdade Social.

Irene Nani:

Na página A2 da Tribuna Piracicabana de domingo (17/3) e segunda feira (18/3)

ELEIÇÕES-À-VISTA.

             Estamos entrando em clima de eleições; tempo de começar a pensar nas mãos de quem vamos entregar a busca de soluções para uma série de questões de âmbito municipal que impactam nossas vidas, umas mais outras menos, severamente.  Definido como paradigma, um mandatário perfeito, seja ele prefeito ou vereador, deve preencher os seguintes requisitos em ordem prioritária: 1. Ser muito honesto; 2. Ser muito inteligente; 3. Ter nível de educação escolar muito elevado. O candidato que não preencher apenas o requisito 1 definitivamente não será um bom mandatário, já o que preencha os 3 requisitos poderá ser o ideal, porque se o requisito 3 não faz de uma má pessoa uma pessoa boa, pode fazer de uma pessoa boa e inteligente uma pessoa mais preparada e capaz.  Abstrações à parte, o que se pode esperar de um candidato que não preencha nenhum dos três requisitos nem em níveis mais baixos de exigência? Lamentavelmente, os brasileiros já elegeram para a presidência do Brasil, por exemplo, candidatos que apresentavam provas evidentes de que não preenchiam satisfatoriamente os requisitos mínimos exigidos para a ocupação do cargo…às vezes não preenchendo os três simultaneamente… e todos nós sabemos que o preço de tal irresponsabilidade nunca é pequeno. Deve ser da competência dos meios de comunicação de um modo geral, e da Justiça Eleitoral em particular, disponibilizar aos eleitores informações sobre o currículo e a vida pregressa dos candidatos, e isso deveria ser feito de forma mais ostensiva. De qualquer maneira, não deve o eleitor examinar as informações disponíveis com indiferença, embora não seja tarefa fácil, para que o arrependimento não venha em hora tardia. Portanto, se você é uma pessoa inteligente, corra atrás de informações e analise com cuidado todos os candidatos. Contudo, se aprofundarmos um pouco mais a análise dessa questão veremos que, partindo-se do pressuposto de que é impossível que não existam no Brasil muitas pessoas que reúnam todas as qualidades requeridas para serem bons representantes políticos,  não há dúvida de que a mais provável explicação para que se possa chegar a uma situação de predominância de candidatos pouco qualificados só poderá estar, inquestionavelmente,  na renúncia de nosso povo em defender seus próprios interesses participando e contribuindo diretamente na obra de saneamento da política de nossa pátria; ou dito de forma mais incisiva: na renúncia de nosso povo ao poder de autoridade máxima do país que lhe confere a Constituição; e nisso estaria incluído você…ou não (?) Explicando: digamos que família, trabalho, lazer, e religião são os quatro tópicos onde estão concentradas as preocupações da maioria dos brasileiros. Pois bem, se a experiência já nos provou que não há dúvida de que a política pode impactar direta e seriamente os referidos tópicos, fica evidente que a própria política tem que estar obrigatoriamente incluída entre deles. Ou seja: participar da política passa a ser uma obrigação de todo cidadão responsável. Infelizmente essa é uma recomendação que em geral não é seguida com o devido e merecido rigor, muito também porque isso não é facilitado pela forma como está estruturada a política do país, principalmente no que diz respeito aos partidos. Me permita então dar a você algumas informações que poderão ajudá-lo nesse sentido. Se você anda querendo tomar uma atitude positiva em defesa do seu direito e dever de lutar para termos um estado, um país e uma cidade melhores para se viver você vai ter, forçosamente, que se juntar a outros (afinal, todo o poder emana… do povo, e não de você individualmente). Então saiba que existe no cenário político brasileiro um NOVO PARTIDO que você pode apoiar, votar em seus candidatos e, melhor ainda, se filiar a ele e, que (1) tem por filiados apenas pessoas com ficha limpa que trabalham pela regeneração da política, empenhados em produzir a transformação moral que irá atrair para a administração pública uma maior quantidade de pessoas de bem dispostas a fazer o mesmo que você; (2) submete seus filiados postulantes a ocupação de cargos eletivos a um rigoroso  processo seletivo; (3) não tem dono e é administrado por seus filiados e não por seus mandatários; (4) vem se notabilizando publicamente pela  defesa da ética, da transparência e do uso honesto e eficiente do dinheiro público; (5) segue uma ideologia política que prega a ampla liberdade do cidadão e em particular a de empreender, e a participação do Estado apenas na administração das questões relativas à segurança, à saúde e à educação; (6) se orienta acima de tudo por ideias, princípios e valores éticos e morais que se coadunem com essa ideologia e que lhe servem de pilares básicos, não aceitando em seu meio supostas personalidades políticas que priorizem seus respectivos projetos individuais de poder.

É isso aí; lutar pelo que é melhor para todos só depende de você!

Júlio Vasques, professor aposentado da Universidade de Piracicaba!

Cristina Valavicius:

Perfeito, muito obrigada por compartilhar.  Bjos

Sofia Gaj Smaletz:

Muito bom pai, parabéns e obrigada

Lejbus Czersnia:

Luis: Parabéns! Trabalho completo e perfeito!

Saporito Francisco:

Bom dia. Encaminho matéria sobre o Ensaio Número 9. Trata-se de um vídeo sobre o lançamento do PACTO NACIONAL DE COMBATE A DESIGULDADE SOCIAL. Um pouco longo, mas demonstra que existe um movimento em curso.  Segue o endereço da URL para você acessar: https://youtu.be/OvUCiDyQUgA

Laura e Ernesto Altshul:

Luis. Olá! Li seu Ensaio número 9 e concordo com tudo escrito. Sei que é difícil a mudança para uma sociedade nos termos ali descritos já que os governantes e políticos que estão atuando como donos do país não estão nem aí para os interesses do povo e da nação. Abraço

Miriam Menossi:

Boa noite, Luis

Agora que terminei de ler o Ensaio sobre as Desigualdades Sociais.

Excelente em todos os sentidos. E de uma clareza ímpar. Parabéns!

Vou refletir bastante 😊

Boa noite, de repouso, para você e Eva. Saudades!

Cristoph Derendinguer:

Prezado Luis, não tenho acesso a bons números sobre os problemas sociais do Brasil. Como contribuição para seu excelente debate sobre desigualdades transcrevo abaixo uma mensagem recente de Jorge Lima, secretário de desenvolvimento do Estado de São Paulo, que mostra a dificuldade em combatê-las:

Para vocês refletirem:

– o que tira meu sono?

Estamos trazendo mais de 250 bi de investimentos e as pessoas não querem trabalhar.

Lançamos 5 programas ano passado de qualificação divulgado em todas as prefeituras, mídia localizada e rádios locais e não tivemos 20 por cento de adesão.

Temos um problema de responsabilidade da sociedade pós pandemia.

As pessoas preferem viver de programas sociais.

Temos que proteger o miserável sem a menor dúvida, mas temos também que ter o cuidado de definir este público. Tem lugares em SP que somados todos estes programas a pessoa ganha mais de 2 mil reais.

Por que ser registrado?

Consegui um empresário que investiu 1 bi em um projeto em Ibiúna. Tive que trazer mão de obra Venezuelana de Roraima para ele, pois tentamos de tudo para qualificar e não houve interesse.

Quando venho aqui e peço ajuda, é porque estamos precisando. Temos que nos mobilizar como sociedade. Hoje falamos que temos 8,7 por cento de desemprego em SP, não é verdade. Nas 14 das 16 regiões administrativas de SP não temos mão de obra para a construção civil, 9 das 16 não temos pessoas para colheitas, Arujá/Vinhedo/Valinhos não tem empilhadeiristas, não temos motoristas em Americana, a maior parte das indústrias tem dificuldades de contratar e etc.

Poderia ficar aqui dando mais 50 exemplos.

Fui em 195 cidades até agora e podem acreditar no que estou falando. Assim, vamos precisar de vocês. Temos que criar a demanda por procura e não dos cursos. Hoje nós, Sebrae, Senai, Senac e outros temos excesso de cursos. Faltam interessados.Não é divulgação apenas, pois todos os 5 programas que fizemos em 2023 usamos tudo que era possível. A questão é um trabalho dentro do entorno de cada empresa, comunidade, igrejas e outros.

Desculpem a mensagem longa, mas preciso de ajuda.

Para não ficar intensivo as trocas de mensagens aqui, quem tiver alguma sugestão, favor me procurar no privado.

Aceito qualquer contribuição de vocês.

Na verdade, preciso.

Repito: temos que proteger o miserável, mas a questão é definir bem este público. Sem polêmicas. Lembrando que aqui só falamos de SP.

Juntos podemos fazer mais!

Obrigado e mais uma vez, desculpem a mensagem longa.

Triste realidade desse tal regime “socialista”

No Nordeste a situação é pior. Até aquele pequeno agricultor que contratava dois a três trabalhadores, pagando diária, para preparar o roçado do feijão, da mandioca, do milho, etc, hoje não encontra ninguém para essas tarefas. Estão todos nas sedes dos municípios jogando dominó, tomando cachaça e ganhando do “governo” mais do que na lida, debaixo do sol quente. Ainda temos outro dado alarmante: existem no Nordeste mais pessoas recebendo dinheiro dos programas sociais do que com carteira assinada. Estamos criando uma raça de vagabundos, porque os empregos existem!

J F Saporito :

Contribuições recebidas sobre o Ensaio N* 09 – Desigualdade Social. (Continuação).

É assustador o relato do Sr. Cristoph Derendinguer

Sobre as preocupações do Sr. Cristoph. Faz mais de 20 anos que vemos na tv, nas rádios e jornais, orientações sobre a importância de não deixar água parada em vasos, em garrafas vazias, nós pneus, caixas d’água e piscina. Apesar disso estamos no momento com 2 milhões de pessoas com Dengue e os prontos socorros lotados.  Depois de mais de 20 anos de contínuas orientações, deveria ser fácil cada um saber exatamente o que fazer na sua casa e local de trabalho para evitar o desenvolvimento da larva e doença. Mas isso não acontece, porque ninguém se importa como deveria, obrigando as secretárias de saúde ter que mandar técnicos de casa em casa para detectar focos do mosquito. A desigualdade social não se restringe apenas a uma questão de distribuição de renda. Esses e muitos outros temas de qualidade de vida e comportamento do povo está fortemente ligado as origens e histórico-cultural do povo brasileiro. Não é possível avançar no quesito desigualdade social quando o povo é passivo esperando que o Estado sem cobrar frete, leve o pacote na porta da sua casa.

Riva Somerfeld:

Luis amigo querido, agradeço muito por você compartilhar comigo os seus ensaios. Peço desculpas por não ter lhe escrito antes. No entanto após ler o ensaio sobre desigualdades, não posso deixar de lhe dar os Parabéns pela análise tão clara e contundente!!!

Sinto-me privilegiada por ter você como amigo meu.

Miriam Menossi:

Desde nossos ancestrais das cavernas até os dias de hoje, nossa evolução como seres humanos vem se processando lentamente e ininterruptamente nesses 6.000 anos conhecidos. Atingiu seu ápice no século 18 com o advento do Iluminismo, gerando mudanças políticas e sociais. Após a Idade Média, considerada a idade das trevas, o século 18 foi o “Século das Luzes”. Veio o progresso começando com a Revolução Industrial e chegando ao século 20 com uma sequência de invenções. A partir da energia elétrica criada por Thomas Edson, surgiu o elevador, o rádio, o cinema, a televisão, o computador, a Internet. Foi o século das invenções. Porém, tudo que tinha o propósito de melhorar a qualidade de vida e o conforto de todos não se concretizou. O neoliberalismo colocando a Economia em primeiro lugar com seu princípio de fazer o bolo crescer para reparti-lo, não aconteceu. O bolo cresceu, mas não foi repartido e aqui estamos com essa enorme desigualdade social. Existe, sem fazer muito alarde, jovens herdeiros de grandes fortunas fazendo doação da parte que lhes cabe. São jovens empresários da Faria Lima afirmando que não precisam de tanto para viver e ajudando os mais necessitados. Confio nessa geração nascida nos anos 80/90, considero-os seres do terceiro milênio que não colocam dinheiro em primeiro lugar e pensam no coletivo.

Há luz no fim do túnel 🙏🏼

Rafael Smaletz:

Oi. Vovô, acho muito interessante a sua provocação a respeito da relação entre desigualdade e como cada governo se posiciona para tentar diminuir esse problema que apenas prejudica nossa sociedade, e, consequentemente, a nós mesmos.

A desigualdade é uma consequência de negligência social, unido à conformidade dos políticos e falta de eficiência na máquina pública. Atualmente até existem iniciativas do setor privado, porém o objetivo real das empresas não é solucionar este problema, e sim se beneficiar da imagem que as iniciativas passam à sociedade, de forma que elas passam a ser mais atrativas pelo olhar do consumidor. Do lado público, a divergência política impossibilita a elaboração de planos a longo prazo e do jeito que as coisas estão indo, não está funcionando, como você bem mencionou.

Minha colaboração é voltada para os ideais políticos, e como as ideologias moldam as iniciativas, o porquê de cada lado defende a bandeira que ergue.

Discordo um pouco em relação aos interesses de cada lado. A direita, especialmente no Brasil vem defendendo um discurso muito parecido com os republicanos nos EUA, dos direitos de cada cidadão e o acesso à liberdade. Desde a guerra política entre STF x Elon Musk até a pauta da escola sem partido. Mesmo que às vezes, os políticos divirjam quanto ao direito individual, sendo que por vezes acabam defendendo questões apenas quando convém com seus ideais. Um exemplo clássico disso é a pauta do aborto, que na teoria defenderia a liberdade individual da mulher a fazer o que bem entender com seu corpo, mas na prática, a direita defende o direito do feto a viver – não quero entrar tão a fundo neste assunto para não desvencilhar do foco.

No caso da direita, o indivíduo precisa ter a liberdade de escolher como viver, agir e proteger seus direitos. Logo, os programas assistenciais como forma de combate à desigualdade social são vistos como uma forma de desincentivar que a pessoa melhore sua vida por meio do trabalho, considerando que o governo recompensa o cidadão que não se esforça. De acordo com essa linha de pensamento, o governo redistribui o dinheiro do ‘cidadão de bem’ que ganhou dinheiro por mérito para o ‘vagabundo’ – palavra muito utilizada pela direita conservadora.

Em contrapartida, a palavra-chave presente no discurso da esquerda é oportunidade. Eles defendem que as desigualdades sociais históricas foram um legado de um sistema capitalista opressor, escravocrata e injusto. Logo, a reparação histórica deve servir de mecanismo para fomentar o acesso dos pobres aos seus direitos e ter as mesmas oportunidades dos ricos.

Para mim, a solução não deve se limitar aos extremos, mas uma combinação entre admitir o problema que temos que enfrentar e promover assistência aos que necessitam.

As classes E e D precisam do recurso, porém de maneira que possamos recompensar aqueles que se esforçam. Com isso, a junção entre o programa assistencialista e o acesso à educação financeira, aulas de empreendedorismo e acesso à universidade são importantes. O dinheiro em si não soluciona o problema, mas o conhecimento sim.

Gisela Solymos

Contribuição ao tema número 9 de Gisela Solymos profunda conhecedora do assunto:

Querido professor, obrigada por suas reflexões sobre a desigualdade social. A pobreza tem sido o grande tema de minha vida por mais de 30 anos, e acho que resumiria o problema a dois fatores, já citados em seu ensaio: corrupção, especialmente do estado, e falta de educação de qualidade.
Corrupção é responsável pelo uso massivo dos recursos públicos para interesses particulares. Isso vai desde o funcionário público que não trabalha a totalidade das gotas pelas quais é pago, ou que, mesmo estando no trabalho, dedica-se a outras atividades; até o político eleito que compõem seu secretariado favorecendo seus apoiadores sem qualquer preocupação técnica ou de entrega, ou a prática da rachadinha ou do uso de recursos públicos para campanhas e assim por diante.

Associada a isso – ou talvez até como uma consequência disso, não sei – há uma visão extremamente empobrecida e equivocada, por parte do governo, de que a solução para o problema seja prioritariamente assistencialista, através de programas de transferência de renda e de outros benefícios, minando ainda mais o protagonismo das pessoas e da sociedade.

Falta de educação de qualidade destrói a possibilidade de termos mão de obra qualificada e das pessoas poderem se engajar no mercado de trabalho. Mas, além disso, a educação de qualidade contribui para que a pessoa descubra suas potencialidades, seus recursos e desenvolva seu protagonismo , capacitando-a a inovar na busca de trabalho mas também de criar novos trabalhos, identificando e solucionando desafios locais. Com a falta da educação de qualidade temos uma sociedade estagnada, sem visão de futuro e, portanto, sem criativa de e sem iniciativa. Não adianta criarmos cursos técnicos e postos de trabalho se as pessoas não acreditam em si mesmas! Tal visão, poderia ser adquirida no seio da família, mas também esta está em sofrimento profundo, quebrada, adoecida!

Sem um governo maduro (e aqui refiro-me a praticamente todos os governos de nosso país, em todos os âmbitos), resta-nos apostar e trabalhar para o fortalecimento da sociedade civil organizada, ou seja, grupos de pessoas que trabalhem ativamente para o bem comum promovendo o protagonismo maduro de todos os envolvidos. Mais à obra???

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