LIBERDADE

Working Paper Nº06

Série: COMO MELHORAR O NOSSO MUNDO

Pensando bem, não é difícil imaginar um cenário de ditadura no ambiente criado e nos pronunciamentos de ambas as tendências. Para impor uma ditadura não é preciso mobilizar a população nem a escutar. Um simples grupo pequeno com apoio militar pode acabar com o congresso e assumir o poder com pouca resistência. A partir desse momento receberá apoio de todos os que desejam beneficiar-se pela aproximação com o poder constituído. Esperamos que este cenário nunca venha acontecer, mas é preciso ficar alertas. Outros cenários mais palatáveis seriam o surgimento de um novo líder de última hora ou ainda uma transição tranquila e a aceitação do resultado das eleições sem questionar.

Existem hoje no mundo mais de 50 países com regimes que não podem ser considerados com liberdade, sem especificar se se trata de esquerda ou direita, sem considerar se são ditaduras por

Monarquias, ou por herança de gerações, ou por grupos militares. Entre elas citarei as mais conhecidas. Na nossa América do Sul Venezuela e Cuba. No mundo podemos mencionar; Afganistán, Algéria, Angola, China, Coreia do Norte, Egito, Haiti, Iran, Iraque, Jordan, Nicarágua, Rússia, Arábia Saudita, Turquia, Uganda, Emirados Árabes, Vietnam e muitos mais menos conhecidos especialmente no norte da África. Nos países mencionados e nos mais de cinquenta que mencionamos existem regimes onde a liberdade é restringida pelos Começo a escrever sobre este tema muito preocupado com o Brasil. Estamos em ano de eleições e os candidatos que estão na frente das pesquisas são o LULA e o BULSONARO e com o surgimento de uma nova liderança na terceira via longe de ocorrer.

Ambos os candidatos são ou podem tornar-se extremistas e perigosos. Um se espelhando e agradando ditaduras no estilo de Cuba e Venezuela e o outro tentando imitar o Putin e o Donald Trump.

Ainda paira sobre nós a ameaça de que caso um deles seja vitorioso, nem seria empossado porque a vitória seria questionada e bloqueada com o início de uma nova ditadura, seja de extrema direita ou de extrema esquerda.

regimes instalados. Estão fora desta categoria América do Norte, Austrália, África do Sul e parte de América do Sul e da Europa.

Entendemos também que não existe liberdade absoluta e que a nossa civilização de vida comunitária limita a nossa liberdade pelo respeito à liberdade dos nossos semelhantes. Assim, ofensas de qualquer tipo, agressões gratuitas ou manifestações não toleráveis em nome de liberdade de imprensa não podem ser aceitas como formas de liberdade.

E como em geral acontece, quando falta a verdadeira liberdade e que a valorizamos. De criança assisti os tanques passando pelas ruas de Buenos Aires, a cidade estava com toque de recolher por um golpe de estado e implantação de regime militar. Senti não poder sair na rua para brincar. Senti a falta de liberdade. Em outra ocasião uma amiga perdeu seu filho de 20 anos porque teve a ousadia de sair na rua distribuindo panfletos contra o regime. Nada se compara com a perda de liberdade no regime nazista. Gostaríamos, evoluir para um mundo mais civilizado com maior entendimento e compreensão, com cooperação, que substitua a rivalidade o antagonismo. Não faz muito tempo o tema da rivalidade era canalizado para a luta de classes. Hoje são os extremos que rivalizam e se desentendem. De um lado estes extremos que conhecemos de outro lado e a nivel mundial os extremismos religiosos limitando as liberdades.

Muita demagogia e usada para enganar assim como notícias falsas que se repetem para torná-las verdades.

Repito a seguir frase que escutei sem lembrar a origem. A MELHOR DITADURA E PIOR DO QUE A PIOR DEMOCRACIA

Falando em liberdade lembramos a recente festividade judaica de PESAJ quando se celebra a liberta dos judeus da escravidão a que estavam submetidos no Egito. Esta é uma das datas mais importantes do calendário tradicional dos judeus.

Outra citação está relacionada ao fato de somente darmos valor a estas formas de liberdade quando não a temos. Senti na pele não poder sair na rua para brincar durante a ditadura.

A Eva sentiu algo muito pior quando perdeu a liberdade de ir à escola pública alguns anos depois que Hitler assumiu o poder em 1933. Não só perdeu essa liberdade, mas também não poder entrar em lojas que tinham cartaz proibindo a entrada de judeus.

O tema da liberdade tem esse aspecto relacionado com os regimes de governos implantados em certos momentos, mas o tema é muito mais amplo.

Como seres humanos tomamos decisões o tempo todo sobre o que e onde comer, sobre o que comprar ou deixar de comprar, sobre o que vestir, sobre se queremos ou não fazer uma pós-graduação. Estas decisões podem ser motivadas por impulsos de consumo e de gastar e nesse caso estamos falando de liberdade de agir, mas tem outro tipo de comportamento que a neurociência denomina de livre arbítrio que consiste em assumir frente a cada ação um comportamento responsável que nos faz pensar sobre o futuro e a necessidade de economizar e evitar compras desnecessárias. Vamos viajar este ano podemos querer muito viajar e nos divertir, mas pensamos que os gastos foram elevados e que precisamos agir para evitar ficar dependentes, que é uma forma de perder a liberdade.

Pessoas obesas ou com tendência a engordar vivem com o dilema de fazer regime e deixar de saborear comidas gostosas, ou fazer regime e se controlar para perder ou até manter peso.

Comer doces ou se abster e o ideal seria encontrar uma solução harmônica entre estes extremos sem exageros. Assim o fator emocional do desejo de exagerar na comida gostosa entra em conflito com a decisão equilibrada de se alimentar sem exageros (comer para viver e não viver para comer)

Temos a liberdade de escolher como atuar, mas o libre arbítrio são as decisões corretas que acompanham a saúde mental. Portanto harmonizar os dois sistemas seria o caminho para melhor decidir.

Libre arbítrio seria ser responsável na decisão e a liberdade sem controle seria a busca de prazer.

Uma outra forma de entender a liberdade é com relação ao uso de nosso tempo durante a vida e a saúde financeira. Na realidade nosso dia normalmente é composto de três momentos sendo um de 8 horas dedicado ao descanso e sono, outro de 8 horas dedicado ao trabalho e teríamos um terço do dia para o lazer e fazer o que desejamos com liberdade. Na prática o tempo dedicado ao trabalho envolve locomoção e isto leva tempo, as vezes algumas horas entre ir e voltar sobrando menos para o lazer, a família e a liberdade de fazer o que desejamos. Escolhemos trabalhar para terceiros e dedicamos muito tempo de nossas vidas a isso, outras vezes desejamos e tomamos a iniciativa de fazer algum negócio próprio ou investir estudando numa nova carreira ou fazendo novos estudos.

Dependendo de como dedicarmos nosso tempo será o resultado de nossa preparação par a velhice sem dependência. O único problema de tomar a decisão de fazer algo próprio e deixar o emprego seguro e que estamos assumindo riscos.

Os riscos representam insegurança e por isso muitas vezes é preferível conservar e emprego garantido.

Sair de casa e viajar para outro país é um risco, mas o desejo de liberdade pode ser mais forte assim como a busca do novo e diferente daquilo que é a rotina de todos os dias.

Quando tomamos a decisão de fazer novos estudos e completamos o curso constatamos que ficamos satisfeitos e que teríamos usado o tempo para outras coisas sem ter tido as oportunidades que se apresentaram.

Temos o mesmo esforço e gastamos o mesmo tempo para fazer coisas pequenas ou para assumir riscos maiores e neste caso os resultados também serão maiores.

Podemos deduzir então que a liberdade para decidir o que fazer com o nosso tempo e fundamental para nosso conforto financeiro futuro.

Acontece que viver é correr risco na rua de ser atropelado no avião de cair, de uma doença.

Interessante que a palavra risco e rico são parecidas. Uma tem o S no meio. Segurança não existe e por isso e antes de tudo é preciso acreditar em algo e correr o risco de errar buscando atividade de valor exponencial.

Tanto um bom emprego com segurança como uma iniciativa de risco podem satisfazer e aos poucos permitir construir uma segurança financeira futura. A escolha é uma decisão de nosso poder de ser libres.

Nas escolas, muitas vezes somos obrigados a usar uniformes, todos iguais e se por um lado isso significa perda da liberdade de cada um se vestir como quer, por outro lado evita que conforme a posse de cada um, essa liberdade permitiria distanciar crianças com menos poses daquelas que ostentariam. Perda de liberdade em busca de igualdade perante a educação.

O que e ser livre finalmente. Filosofar é ser livre. Penso, então existo. Como usar a liberdade. O que fazer desde acordar até dormir. A rotina é semelhante todos os dias. As vezes para quebrar a rotina decidimos passar um final de semana na praia, ou fazemos férias uma vez por ano num lugar diferente.

Fazer o que deseja é liberdade. Podemos usar sempre o libre arbítrio ou nos deixar conduzir pelas nossas vontades imediatas.

Um exemplo interessante sobre liberdade temos no filme Um sonho de Liberdade, onde o ator principal é encarcerado, segundo ele, por um crime que não cometeu e passa a conviver com a tirania do diretor da prisão de segurança máxima. Ele tinha sido diretor de banco e entendia de assuntos financeiros e era uma pessoa culta submetida a uma vida sem liberdade.

Durante vinte anos, pacientemente, cavou um túnel pelo qual conseguiu fugir da prisão e foi gozar da liberdade numa bucólica praia no México

Durante a pandemia perdemos boa parte de nossas liberdades de ir e vir, de poder abraçar nossos parentes e amigos, de ter encontros pessoais, de ter que usar máscara e álcol gel, mas estas perdas são na realidade uma escolha consciente para preservar a nossa própria vida e a vida de nosso semelhante. Desta forma, nos protegendo e protegendo os outros, não estamos sendo menos livres

Sum, é possível ser livre, até de morrer e ressurgir num novo formato, sendo criativos, mais sensíveis e intuitivos agindo como seres humanos.

Para tudo é preciso que as condições ambientais se mantenham favoráveis. Nenhuma ditadura

Irá favorecer a condição de liberdade e sempre colocará limites nas nossas vidas. Por isso gostaria repetir que a melhor ditadura é pior do que a pior democracia.

Contribuições recebidas sobre o Working Paper Nº06

Saporito Francisco:

Caro amigo. Parabéns pelo ótimo artigo em que você aborda com amplitude o significado de liberdade e livre arbítrio. Gostei muito.

Também comento que hoje fui visitar o museu do holocausto de Curitiba. Junto comigo foram a Yara e meu neto americano que veio passar as férias comigo. Foi uma boa oportunidade de conhecer com detalhes as ocorrências daquela época.

Eles não autorizam fotos com exceção de uma área externa.

Riva Somerfeld:

Li o seu trabalho Luis. Vários pensamentos ali colocados, livremente, dão margem ‘a “reflexão”. Eu me considero uma pessoa otimista, em geral vejo o meio copo cheio, no entanto, em meu coração uma prece para que no mundo haja mais humanidade e respeito ao próximo.  Concordo com a frase no fim de seu trabalho ” a melhor ditadura é pior do que a pior democracia “. Infelizmente o ser humano destrói, com suas próprias mãos, tudo aquilo que denominamos LIBERDADE.

Miriam Menossi:

É o bem maior da Humanidade, sem liberdade ficamos presos no nosso livre pensar e expressar opinião. Vivi o tempo da ditadura aqui no Brasil, estudante do curso superior e as recomendações veladas eram para que não entrássemos em polêmicas, “as paredes tem ouvido” diziam, olhares desconfiados entre colegas, alguém podia ser espião. Não era nada confortável. Claro que a liberdade de expressão tem limites, afinal somos seres civilizados e o respeito ao pensamento do outro deve ser dentro das regras da boa educação.      

Também vejo nuvens escuras no horizonte e penso que a mídia falada e escrita deveria se concentrar mais nos candidatos, suas propostas de Governo, suas ideias, deixando de instigar o Presidente. Ele é uma pessoa maldosa e perigosa e pode sim nos levar a um regime ditatorial e ficarmos sem a nossa preciosa Liberdade. Muita cautela!

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